23 de out. de 2009


Por que insisto acreditar em suas palavras?

Eu, que entreguei minha vida e meus sonhos em
suas mãos vazias e arrebentei meu casco contra
o rochedo brutal da sua verdade exposta.

Santo oráculo revelativo, segredos vomitados em
cada curva do tempo que não se move e
toda sua história se desfaz na bruma insana da promessa.

Talvez precise dessa loucura para não enlouquecer,
quem sabe eu também faça da minha história,
um grande conto de rei e rainha, um futuro que jamais virá.

Não me importo o quanto isso me sangra o peito,
também não me lembro do dia anterior e escolho
a amnésia diária, meu ontem já foi teu e hoje ainda é.

A cada segundo de um trago e um gole de café, me
vale a taça do vinho azedo, minha língua adormece
em seus sentidos sem sentido e assim te amo entorpecida.

Me faz amante da vida, meu tabernáculo aberto
à tua adoração, ainda que não toque a cítara,
somente sobre meu travesseiro, és real, louco e meu.

A.Aranda

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