
Ilusoriamente me convenci, de que eu era pouco mais que pó.
Por alguns instantes, esqueci de onde vim, o que faço aqui.
Me senti um nada, num mundo assustadoramente triste.
Por alguns instantes chorei, desejei ficar só, eu e meu pranto.
E enquanto se afastavam, enquanto eu descia, a dor apertava.
Por alguns instantes deitei, sobre a grande pedra branca fiquei.
Olhei o céu e uma nuvem tomou forma de anjo, aliviada respirei.
Por alguns instantes soltei, molhei meus pés no riacho e sorri.
Mergulhei no silêncio, procurei a voz que me acompanha e ouvi.
Por alguns instentes pensei, indaguei, questionei, implorei respostas.
Peguei meu oráculo, orei e sobre a grande pedra branca, abri e li.
Por alguns instantes parei, lembrei e eis o que recebi:-
"Você é filha das estrelas, a sacerdotisa do grande templo.
Tens o poder do amor, manifestado em cada gesto de
respeito com a Grande Mãe e por cada respiração que nela
existe. Tenha compaixão de quem ainda dorme, na ilusão
da matéria que se desfaz no tempo. Tua missão ainda
não chegou e precisamos que esteja alerta, para que quando ela
chegue, você faça o que deve ser feito. Não adormeça no sonho,
não se distraia com o irreal, volte para si e para o seu trabalho,
não perca tempo com coisas pequenas. Nós sabemos quem
você é te lembraremos sempre que for preciso.
Você não é desse mundo na forma que ele
se apresenta, e nada contido nele te interessa. Seus interesses
estão aqui, onde estamos te esperando, de braços abertos.
Celebraremos contigo, quando for coroada em nossa mesa
farta e nos alegraremos com sua conquista vitoriosa!"
Por alguns instantes agradeci,
emocionada e sobre a grande pedra branca, adormeci.
Ao longe ouvi chamarem meu nome, acordei, respondi
e segui amando quem me feriu e assim perdoei.
A. Aranda
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