4 de ago. de 2009


Como é triste olhar em volta, ver mil pessoas e não encontrar ninguém. O vazio dessa solidão é insuportável, a dor é dilacerante. Só queria um ombro onde pudesse confessar meus pecados e ser absolvida num abraço acolhedor. Ouvidos incompatíveis com meu mundo, meus mistérios e segredos. Decido calar e sofrer sozinha até que isso passe um dia, se é que um dia passará. Mostrar-me forte causa esse tipo consequência, é o preço do maldito teatro. Absolutamente ninguém se importa, porque não conseguem ver a fraqueza em mim e a solidão se mostra em dimensões ainda maiores. Silenciar e representar sempre, essa é a merda do meu lema. Gostaria que alguém fosse comigo o que sou para todos, alguém além de você. Não há mistério algum em sentir a dor do outro, interpretar, compreender e mostrar um caminho alternativo, pra deixar de mergulhar nas sombras do passado, por que não há ninguém assim além de você?. Por que me agarro à isso? Por que não te solto, não solto minha vida e sigo em frente? As vezes me consola lembrar da amargura em cada cena no cansaço da espera, isso torna tudo mais leve temporariamente. É uma luta diária, uma batalha contra meu coração à todo instante. Mas em dias como hoje, todos os pensamentos estão acorrentados às promessas de felicidade eterna, de desejos incontroláveis, de longas conversas em sintonia total, de risadas sinceras com uma bobagem qualquer e as doses de café entre um cigarro e outro. Não, não haverá ninguém no mundo que possa ser o que fomos juntos. Jamais ouvirei outra voz igual a sua, nem me sentirei nua e sem máscaras diante de ninguém. Para os outros e para o mundo sou o que não desejo ser. Sim, estou condenada a te amar na solidão do mundo porque só você retém minha verdade.Talvez condenada a morrer sem que saibas o quanto te amei, quis e precisei todos os dias.

Alessandra, das profundezas em 05/08/09




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