10 de ago. de 2009

Meu diário otário...

O que há de errado comigo?
De repente me sinto sozinha, justamente no momento em que mais me vejo cercada de pessoas. Uma tristeza profunda sem motivo aparente. Um desânimo inexplicável acompanhado de um sono constante, por mais que durma o cansaço é notório nas minhas olheiras. Mas de onde vem isso afinal? Agora que finalmente estou desempenhando o trabalho que sempre sonhei em prol da humanidade, indicar caminhos que já percorri e fornecer alternativas com respeito ao livre arbítrio do outro. Agora que estou em conexão com o mundo angélico, com as forças que me orientam. Por que então essa desistência e sensação de fracasso? Pensei: Será que isso é indício de um quadro depressivo? Como sempre acreditei, a resposta está dentro de nós e qual foi minha surpresa quando meu espelho disse: Você é procrastinadora. Eu? Sim. É horrível chegar à esse diagnóstico, mas é a verdade nua e crua da minha vida. Qualquer dia desses eu vou ao médico, qualquer dia desses eu farei depilação definitiva, em breve farei um tratamento dentário completo e esses dias nunca chegam. Me perguntei por que estou no mesmo emprego há 15 anos fazendo exatamente a mesma coisa. Simples: Medo de mudanças, medo do fracasso...ah então deixa pra depois...um dia eu resolvo isso, afinal está confortável assim não é? Que ninguém saiba ou sinta o peso da culpa de uma vida como a minha. Em algum momento do passado, eu acreditei que minhas realizações todas teriam um limite de passos, passando dali eu deveria me sabotar por acreditar não merecer ou por representar sacrifício demais pra mim, seria a lei do menor esforço?. É exatamente isso que ME faço quando tudo anda bem, sempre dou um jeito de ME lembrar que estou passando da faixa de riscos, então automaticamene me recuo para a zona de conforto. Mas que merda de conforto é essa? É seguro sim, mas o estrago que isso me faz, talvez ninguém jamais entenda. Como é difícil ser humilde em admitir esse tipo de fraqueza...é tão mais fácil culpar quem está em volta não é? Cobrar do mundo aquilo que falta em mim, definitivamente eu sou uma farsa. Eis a solidão, eis a tristeza, eis a rejeição, quem me cerca, cerca algo que não existe, meus amigos são amigos da mentira...medo de arriscar, adiar tudo que for possível desde que eu tenha certeza que não vai me doer, melhor viver insatisfeita com escolhas que eu mesma fiz por medidas de segurança. Ridícula!!! Mas o que eu realmente quero? O que eu realmente mudaria se não houvesse adiamentos por medo? Estaria disposta a pagar o preço de ser livre e viver de acordo com a minha verdade? Quantos eu machucaria com isso? Pronto, outra resposta...vivo a vida em que me sinto aprovada, aceita e amada dentro dos padrões externos, eu já os machuco...à todos, principalmente a mim. Ser ou não ser, eis a questão. Preciso de ajuda, antes que me afogue nesse lodo podre que criei em meu pântano. Em algum lugar em mim, existe a lembrança de águas doces e cristalinas. Preciso de ajuda.
Alessandra - 10/08/09

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